A partir da homologação da Base Nacional Comum Curricular, em dezembro de 2017, o 1º e o 2º Ano do Ensino Fundamental passam a ser considerados “Ciclo de Alfabetização”. Isto é, se antes a criança tinha até os oito anos de idade para estar plenamente alfabetizada, com a BNCC é no final do 2º Ano que isso deve acontecer.
Portanto, se as ações pedagógicas do 1º e do 2º Ano do Ensino Fundamental devem ter como foco a alfabetização, precisamos compreender como se dá o processo de apropriação da lecto-escrita (entendida aqui como a aprendizagem significativa da leitura e da escrita).
A língua escrita consiste em um objeto de conhecimento social que envolve um processo de construção realizado internamente pelo sujeito a partir da interação sujeito-objeto e sujeito-sujeito.
Nesse sentido, o processo de apropriação da lecto-escrita, como sabemos, inicia-se muito antes da criança receber orientação sistematizada e formal sobre esse objeto de conhecimento. Ou seja, a partir do momento em que os símbolos escritos, percebidos pelas crianças ao seu redor começam a ter um significado para elas, inicia-se o processo de apropriação da lecto-escrita por meio da construção de hipóteses criativas. Nesse sentido, a construção da língua escrita se dá, a partir da evolução das conceitualizações infantis acerca desse objeto de conhecimento, evolução que aparece através dos conflitos sociocognitivos que o sujeito vivencia (para um maior aprofundamento no tema, sugerimos a leitura: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/6808 ).
Segundo a Psicogênese da Língua Escrita o processo de apropriação da lecto-escrita pode ser dividido em três períodos que englobam os quatro níveis/hipóteses conceituais pelos quais passam as crianças até compreenderem a leitura e a escrita alfabeticamente. Essas hipóteses são: a pré-silábica, a silábica, a silábica-alfabética e alfabética.
Concluindo, é necessário reforçar que o processo de alfabetização consiste em um momento significativo na vida dos sujeitos no sentido de possibilitar que esses se desenvolvam integralmente e que possam consolidar, de modo satisfatório, o letramento necessário, atingindo níveis de proficiência satisfatória nas Avaliações Nacionais.
Isso quer dizer que ser proficiente na lecto-escrita consiste em ter consolidado competências cognitivas e competências socioemocionais capazes de possibilitar que os sujeitos apresentem um conjunto significativo de habilidades que os tornem aptos para realizarem, de modo eficiente e eficaz, os usos e as funções que a língua escrita tem na sociedade atual.
Tendo em vista tudo isso, nós da Impare Educação, trabalhamos para ajudar professores alfabetizadores, disponibilizando, via Plataforma da Impare, Planejamentos de Aulas e Projetos de Trabalho que favorecem a apropriação dessas competências, em prol de uma alfabetização que respeite a apropriação da lecto-escrita como um processo reflexivo.