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  • Foto do escritorTatiane Peixoto Isaia

A alfabetização como prática reflexiva

Atualizado: 14 de jun. de 2020

O processo de alfabetização inicial de um sujeito, como já sabemos, implica a construção de hipóteses acerca da lecto-escrita (leitura e escrita como objeto de conhecimento indissociável). Essas hipóteses são criações do próprio sujeito e precisam, necessariamente, serem respeitadas por todos aqueles educadores que se encontram na bela missão de mediar a apropriação acerca desse objeto de conhecimento. Desvendar o universo da língua escrita não é uma tarefa fácil para as crianças, pois elas se deparam com desafios constantes que as remetem a pensar: “o que a escrita representa?”; e, “Como ela é representada?”. Sendo assim, o sujeito, a partir da busca incessante de responder essas questões, cria hipóteses. Essas hipóteses são: (1) pré-silábica; (2) silábica; (3) silábica- alfabética; e, (4) alfabética (FERREIRO;TEBEROSKI, 1985). Sendo assim, precisamos ter a compreensão que quanto mais incentivarmos as crianças a escreverem do seu próprio jeito (escritas espontâneas), mais a estaremos dando segurança para que confiem em suas convicções. Assim, as crianças em processo de alfabetização inicial terão a certeza de que são capazes. Sem essa certeza, por parte da criança, fica muito difícil fazê-la avançar de hipótese e como resultado temos crianças com dificuldades de aprendizagem e resistentes em relação ao processo de aprendizagem da escrita e da leitura. Outro fator fundamental é evitarmos demarcarmos como errada toda e qualquer escrita espontânea da criança. Pois, ao assinalar com um “X”, por exemplo, sobre a escrita espontânea da criança, inevitavelmente, estamos inibindo todo o processo reflexivo dela. A alfabetização, sem dúvida, é um momento importantíssimo na formação de sujeitos críticos, reflexivos e protagonistas. Nesse sentido, o docente deve, necessariamente, promover proposições pedagógicas que respeitem as hipóteses das crianças e que valorizem toda e qualquer produção da criança. Ao mesmo tempo deve ser um mediador que conduza a criança, por meio do diálogo, do afeto e da interação com atividades desafiantes, concretas e lúdicas, a rever suas hipóteses para que possa avançar de nível conceitual e alcançar a hipótese alfabética.

 

Referência: FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.


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