top of page
  • Foto do escritorFátima Osmari Burin

A aventura de inovar

Atualizado: 19 de out. de 2020

A inovação na educação é um assunto que inquieta muitos contextos escolares. Segundo Carbonell (2002), a inovação é um conjunto de intervenções, decisões e processos, com certo grau de intencionalidade e sistematização, que tratam de modificar atitudes, ideias, culturas, conteúdos, modelos e práticas pedagógicas. Além desses conjuntos, a inovação busca introduzir novos projetos e programas, materiais curriculares, estratégias de ensino e aprendizagem, modelos didáticos e outras formas de organizar e gerir o currículo e a escola.


A principal força impulsionadora da mudança são os professores que trabalham de forma coordenada e cooperativa nas escolas e que se comprometem a fortalecer a democracia escolar. Um compromisso que, seguindo um movimento de baixo para cima, orienta-se para a obtenção de uma educação integral que articula as experiências dos alunos e os problemas sociais.


Neste sentido, o autor aponta 13 elementos presentes no processo de inovação educativa, citados no livro: “A aventura de inovar. A mudança na escola”, são eles:


1. A mudança e a inovação são experiências pessoais que adquirem um significado particular na prática, já que devem atender tanto os interesses coletivos quanto aos individuais.


2. A inovação permite estabelecer relações significativas entre diferentes saberes, de maneira progressista, para ir adquirindo uma perspectiva mais elaborada e complexa da realidade.


3. A inovação procura converter as escolas em lugares mais democráticos, atrativos e estimulantes.


4. A inovação procura estimular a reflexão teórica sobre as vivências, experiências e interações da classe.


5. A inovação rompe com a clássica cisão entre concepção e execução, uma divisão própria do mundo do trabalho e muito arraigada na escola mediante o saber do especialista e o “não-saber” dos professores, simples aplicadores das propostas e receitas que lhe são ditadas.


6. A inovação amplia o âmbito da autonomia pedagógica – certamente socioeconômica – das escolas e do professorado.


7. A inovação apela a razões e fins da educação e à sua contínua reformulação em função dos contextos específicos e mutáveis.


8. A inovação nunca é empreendida a partir do isolamento e do saudosismo, mas a partir do intercâmbio e da cooperação permanente como fonte de contraste e enriquecimento.


9. A inovação procura traduzir ideias na prática cotidiana, mas sem esquecer-se nunca da teoria, conceitos indissociáveis.


10. A inovação faz com que aflorem desejos, inquietações, e interesses ocultos – ou que habitualmente passa desapercebidos – nos alunos.


11. A inovação facilita a aquisição do conhecimento, mas também a compreensão daquilo que dá sentido ao conhecimento.


12. A inovação é conflituosa e gera um foco de agitação intelectual permanente.


13. Na inovação não há instrução sem educação, algo que, talvez por ser óbvio e essencial, se esquece com muita frequência.


 

REFERÊNCIA:

CARBONELL, Jaume. A Aventura de inovar: a mudança na escola; trad. Fátima

Murad. - Porto Alegre : Artmed Editora, 2002.


694 visualizações

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page